Taróloga promove campanhas contra amarrações amorosas
Também conhecidos como adoçamentos, esses tipos de trabalhos mexem com energias negativas e tiram a liberdade das vítimas. Se você…
Também conhecidos como adoçamentos, esses tipos de trabalhos mexem com energias negativas e tiram a liberdade das vítimas.
Se você costuma caminhar pela cidade, já deve ter se deparado com aqueles inúmeros cartazes que garantem sucesso na conquista, ou prometem trazer a pessoa amada de volta em poucos dias. Essas promessas, que geram curiosidade principalmente nos corações desesperados, e já circulam nas ruas há muitos anos, são chamadas de amarrações amorosas e trata-se de trabalhos energéticos que visam prender uma pessoa a outra. No entanto, essa amarração acontece sem o conhecimento e, até mesmo, contra a vontade de uma delas. Esses amarramentos podem trazer diversas consequências, tanto para quem procura o serviço quanto para as “vítimas”.
Buscando focar no amor próprio, conscientizar e ajudar pessoas a saírem dessa situação, a taróloga Aradia Cali vem promovendo diversas campanhas virtuais contra os trabalhos de amarração amorosa. Ela, que trabalha com tarô feminista, explica que ir de encontro a esses tipos de trabalhos e amarrações pode ser tido como um ato feminista. “Essa luta contra amarrações amorosas e adoçamentos é também uma luta do próprio movimento feminista, que prega a liberdade, que as pessoas tenham o livre arbítrio. Nas amarrações ou adoçamentos, não existe esse livre arbítrio”, diz a taróloga, que também é cartomante pois além do tarô joga baralho cigano.
Ela conta ainda que essas amarrações normalmente envolvem energias muito negativas e uma das principais consequências é a obsessão que uma das pessoas cria sobre a outra, o que não é saudável para nenhuma das partes. “Independentemente do sentimento, ou se o relacionamento funciona ou não, uma delas pode ficar com a outra na cabeça, criando assim uma obsessão. Mas, muitas vezes quem faz amarração pode se arrepender e inclusive pode deixar de estar apaixonada pela pessoa”, alerta.
Entretanto, se acontecer algum arrependimento ou desilusão, pode ser que seja tarde. Para a taróloga, é necessário que as pessoas que decidam fazer algum trabalho de amarração amorosa, tenham consciência do que são, como são realizados, como funcionam e quais as suas consequências. Aradia ressalta que as campanhas contra amarramentos são muito importantes para conscientizar as pessoas, evitando assim que esses trabalhos façam ainda mais vítimas. Ela acredita, inclusive, que essas informações precisam ser mais difundidas entre os movimentos feministas, já que, para a taróloga, as amarrações amorosas são antifeministas por natureza.
Muitas vezes, as pessoas que realizam trabalhos de amarração amorosa se apresentam como cartomantes, usando o resultado das cartas para sugerir amarramentos, como explica Aradia. “Como as pessoas não têm muito acesso a informações sobre esses amarramentos, é muito fácil que elas caiam num golpe. Como em todos as áreas, existem profissionais honestos e desonestos”, diz. Atualmente, um nome que vem sendo usado para trazer uma imagem mais amena aos amarramentos é o “adoçamento”, que, segundo Aradia, é o mesmo tipo de trabalho, mas com um título mais leve.
Nas campanhas anti amarrações amorosas e adoçamentos, Aradia procura destacar a importância de manter as pessoas verdadeiramente informadas sobre esses tipos de trabalho. Ela busca também conscientizar as mulheres, sobretudo as integrantes dos movimentos feministas, que, mais importante do que conquistar ou reconquistar alguém, é focar no amor-próprio. “A versão feminista do ‘trago seu amor de volta’, poderia ser algo como ‘trago sua auto-estima de volta’, ou ‘trago seu amor-próprio de volta em três dias’. É uma provocação, porque reconquistar a auto-estima é um processo, que não é feito em três dias”, sugere a taróloga.
A cartomancia e a tarologia possibilitam que a pessoa descubra se foi vítima de algum tipo de amarração amorosa, no entanto, não fazem nem desfazem amarramentos. Ela recomenda que, quem deseja se livrar desses trabalhos, procure os profissionais que façam exclusivamente as desamarrações. “O desamarre é feito por pessoas que pretendem ajudar vítimas de amarrações amorosas, então é diferente da pessoa que articula a amarração”, atenta.
ARADIA CALI
A taróloga já percorreu diversas regiões do Brasil fazendo leituras de cartas e atualmente está atendendo presencialmente em Alto Paraíso e na Chapada dos Veadeiros, em Góias. Ela realiza ainda consultas on-line para todo o Brasil e exterior. As campanhas anti amarrações são feitas pelas redes sociais, através de textos e postagens no Instagram. Para conferir, basta acessar o perfil @tarotaradiacali.