Editorial: Transporte público de Campo Grande excelente?
Essa informação soa como uma piada de mau gosto para quem utiliza o sistema diariamente.
A prefeitura de Campo Grande divulgou recentemente um relatório afirmando que o transporte coletivo da cidade é classificado como “excelente”. Essa informação soa como uma piada de mau gosto para quem utiliza o sistema diariamente. A realidade vivida pelos usuários está muito distante dessa suposta excelência: atrasos constantes, superlotação, veículos em condições precárias e um serviço que não atende às demandas da população.
Se a prefeita Adriane Lopes realmente acredita nesse diagnóstico, é provável que esteja sendo mal informada. Por outro lado, há quem acredite que a situação reflete um esforço consciente de sua equipe para maquiar a verdade e evitar desgastes políticos. Seja qual for o caso, o problema persiste, afetando trabalhadores, estudantes e tantas outras pessoas que dependem desse serviço essencial.
É necessário e urgente que a prefeita saia do gabinete e viva na prática a rotina de um cidadão comum. Andar de ônibus, enfrentar filas e experimentar o desconforto diário poderia trazer uma visão mais clara da realidade. O contato direto com os usuários do transporte coletivo seria uma forma eficaz de compreender suas queixas e propor soluções concretas.
Enquanto gestores e técnicos tecem discursos enfeitados em relatórios, a população enfrenta os ônibus superlotados e a angústia de chegar atrasada ao trabalho ou à escola. A qualidade do transporte público é uma questão de cidadania e dignidade, e os cidadãos de Campo Grande merecem muito mais do que promessas vazias ou números manipulados.
Está na hora de tratar o transporte coletivo com a seriedade que ele exige. Afinal, um serviço classificado como “excelente” deveria ser motivo de orgulho, não de revolta.