Editorial: A nova inteligência do eleitor Campo-grandense
Editorial desta sexta-feira
Foto: © Antonio Augusto/Ascom/TSE
As eleições deste ano em Campo Grande marcaram uma virada histórica no comportamento do eleitorado. O que se viu nas urnas não foi apenas uma simples escolha, mas uma demonstração clara de que o eleitor está mais atento, crítico e politizado. Promessas vazias e discursos decorados perderam espaço para demandas concretas, baseadas em resultados reais e na necessidade de mudança.
Candidatos com recursos financeiros e base política consolidada, que em outras épocas poderiam ser considerados imbatíveis, foram rejeitados por um público que, agora, se orienta por critérios mais rígidos. A velha política perdeu espaço para rostos novos, que representaram esperança de renovação em um cenário há tempos desgastado. Mas o que levou o eleitor campo-grandense a essa mudança de postura?
Primeiramente, as redes sociais desempenharam um papel fundamental. Elas não apenas democratizaram o acesso à informação, mas também criaram uma nova forma de fiscalização. A população está mais atenta ao comportamento dos políticos, tanto em seus cargos como em suas campanhas. O discurso incoerente ou promessas exageradas são facilmente desmascarados por eleitores conectados, que compartilham dados, analisam propostas e denunciam práticas questionáveis.
Além disso, há um cansaço geral com a ineficiência da velha política. Durante muito tempo, lideranças tradicionais apostaram na força da máquina pública e na repetição de estratégias antigas. Contudo, o eleitorado de hoje busca lideranças que dialoguem de forma honesta e apresentem projetos concretos. Essa busca por renovação, aliada à pressão por resultados, levou muitos a apostarem em novos nomes e a rejeitarem práticas antiquadas.
O que esperar daqui para frente? A tendência é que o eleitor continue a exigir mais transparência e efetividade. Políticos eleitos sob a bandeira da renovação terão o desafio de corresponder às expectativas de um público que não se deixa enganar. As redes sociais permanecerão como palco de cobranças e debates, ampliando ainda mais a participação do cidadão no acompanhamento da gestão pública.
Campo Grande vive um momento de transformação, e o eleitor é o protagonista dessa mudança. É tempo de reconhecer que o voto não é apenas um direito, mas uma ferramenta de transformação. Que os eleitos honrem essa confiança e façam jus a um eleitorado cada vez mais inteligente, exigente e comprometido com o futuro.