Filipe Ret: “Transformei o hate das redes em oportunidade de me conectar com os fãs”
Rapper apresentou o estudo de caso de gestão de sua carreira na maior conferência de música e economia criativa da…
A profissionalização da carreira artística tem sido um dos principais temas no mercado da música, e o rapper Filipe Ret é um dos exemplos mais bem-sucedidos dessa estratégia no Brasil. O painel “Case Study: Gestão Integrada de Carreira – Filipe Ret”, realizado nesta quarta-feira (20), na SIM São Paulo, trouxe um olhar aprofundado sobre a trajetória do artista e a construção de um modelo de gestão que potencializou seu crescimento nos últimos anos. A conversa foi mediada por Ciça Pereira (Zeferina Produções, Afrotrampos) e contou com a presença do próprio Filipe Ret e de seu empresário, Marcos Passarini, sócio da Elemess, empresa responsável pela gestão da carreira do artista.
A virada na carreira de Ret veio acompanhada de um amadurecimento pessoal. Segundo o artista, a paternidade foi um divisor de águas que o levou a enxergar a carreira de forma mais estratégica.
“Ter virado pai foi uma virada de chave na minha vida e, consequentemente, na minha carreira. A partir desse momento, comecei a olhar o planejamento de carreira como prioridade absoluta. Acho que existe um delay sobre o que o artista sente no momento e aquilo que ele pode colher na frente. Minha meta é trabalhar hoje para o que quero conquistar daqui a dois anos. Sou inquieto e competitivo, isso me motiva a estar sempre criando algo novo”, afirmou Ret.
Além do planejamento estratégico, o rapper destacou a importância de os próprios artistas entenderem seu produto e saberem como vendê-lo. “Cabe ao artista ter visão do seu próprio produto, de como ele deve ‘vender’ a sua música, seja no show ou na rua. Quando o artista consegue colocar mais energia nessa ‘venda’, ele aumenta sua chance de êxito”, completou.
A profissionalização da carreira de Ret ganhou um novo impulso em 2019, quando ele se uniu à Passarini e Elemess. Segundo Passarini, esse foi o momento em que o artista atingiu o limite do que conseguia fazer sozinho e precisava de uma estrutura maior para crescer.
“Começamos a trabalhar junto com o Filipe Ret em 2019, quando começamos a pensar a carreira dele de forma mais planejada. Neste momento, ele havia chegado no limite do que conseguia fazer por conta própria em termos de gestão. Mas a gente sabia que o potencial de crescimento era muito alto. Um dos primeiros diagnósticos que fizemos foi de que ele poderia se apresentar em lugares maiores. Contratantes de casas para 700 pessoas tinham sold out instantaneamente com o Filipe Ret. Partimos então para um crescimento do show em lugares maiores, novas praças, investindo no show e na produção própria. Foi um círculo virtuoso que, em seis meses, praticamente quadruplicou o cachê do artista e deu muito mais estrutura para toda a sua equipe”, explicou Passarini.
Aproximação com o público e reposicionamento de imagem
Outro momento crucial na gestão da carreira do rapper foi quando ele passou a sofrer ataques nas redes sociais. Sem entender o motivo do hate, Ret decidiu adotar uma nova estratégia: se mostrar de forma mais transparente ao público.
“Há cerca de oito meses, estava recebendo muito hate nas redes. Não conseguia entender porquê, já que vinha fazendo tudo da maneira correta. Nesse momento, percebi que quem estava do meu lado, vendo as batalhas e perrengues, sabia quanto eu me esforçava em ser o melhor possível. Mas quem estava de fora não tinha essa percepção. A partir disso, tivemos um insight de começar a produzir vlogs diários, me acompanhando e dividindo cada momento, conquistas e desafios com os fãs. Algo que começou como minha ‘defesa’ tornou os fãs ainda mais próximos de mim e mudou bastante a percepção sobre mim e minha imagem. Agora, conhecem o Ret empresário, pai, filho, amigo, que está na rua todo dia tentando fazer o melhor”, contou o artista.
O painel reforçou como a gestão integrada de carreira pode ser determinante para um artista expandir sua presença no mercado. No caso de Filipe Ret, a profissionalização do planejamento de sua trajetória, aliada à sua visão de negócio, possibilitou que ele alcançasse novos patamares no rap nacional.
A SIM São Paulo 2025 encerra suas programação no Memorial da América Latina, no dia 20 de fevereiro, promovendo debates e reflexões sobre os desafios e oportunidades da música e da cultura no Brasil.
O evento tem o patrocínio do Instituto Cultural VALE, Rede (Itaú-Unibanco), cartão Elo e Heineken, além de vários parceiros, através da Lei de Incentivo Federal, Ministério da Cultura / Governo federal.
COMPROMISSOS:
Além da vasta programação, os credenciados poderão desfrutar de um Espaço Gastronômico com parceiros que valorizam o consumo consciente, respeito à produção agroecológica e à biodiversidade. Além de uma feira de novos criadores, em parceria com o Jardim Secreto, e cobertura da Rádio e TV SIM.
Reforçando o compromisso de diversidade, inclusão e representatividade assumidos pela SIM desde 2015, um dos pilares do evento são os 30 nomes escolhidos para os showcases diurnos oficiais. São nomes que vêm de 14 estados brasileiros e outros 6 países (da África e América Latina) e representam os tempos em que vivemos, trazendo novos movimentos artísticos de criadores emergentes ou consolidados; discursos afiados e potentes, que chacoalham as estruturas sociais e mudam as narrativas eurocentradas; além de mostrarem as possibilidades de caminhos a se percorrer dentro de uma indústria com tanta força cultural e econômica.
SIM TRANSFORMA:
A SIM Transforma é uma plataforma de diálogo permanente entre as pontas da cidade e do mercado. Em 2024, já realizou dois programas: um de capacitação de jovens profissionais da música e outro de aceleração de novos artistas da periferia de São Paulo. Foram 2 meses de aulas ministradas por profissionais renomados do mercado em várias áreas, totalizando 8 aulas, 16 horas de aprendizado e troca, além de mentorias individuais durante os cursos.
Todos os jovens que participaram do programa de capacitação serão contratados para trabalhar na próxima edição da SIM São Paulo. Já os artistas se apresentarão na programação oficial do evento em uma sessão de pitche para uma banca de compradores e possíveis parceiros.
Além de tudo isso, 8 palestras serão realizadas nas Fábricas de Cultura de São Paulo durante o mês de fevereiro de 2025 e ônibus saindo das Fábricas levarão alunos e outros interessados no mercado da música, moradores da periferia, gratuitamente para participar da SIM no Memorial. Tudo isso, com apoio da Poiesis e Fábricas de Cultura.
A SIM TRANSFORMA tem como objetivo dar perspectiva de carreira e de vida a jovens em situação de vulnerabilidade.
#TeVejoNaSIM
Sobre a SIM São Paulo 2025:
A SIM São Paulo 2025 acontecerá entre os dias 17 e 21 de fevereiro, consolidando-se como o maior encontro da música e economia criativa da América Latina. A conferência no Memorial da América Latina reunirá artistas, produtores, executivos da indústria fonográfica, festivais, selos e profissionais do setor em uma programação intensa de painéis, workshops, showcases e networking. Em 2025, a SIM reforça sua vocação como plataforma global de conexão e inovação no mercado musical, promovendo debates sobre o futuro da música, novas tecnologias, sustentabilidade, diversidade e políticas culturais. Além da programação oficial, o evento contará com uma extensa agenda paralela espalhada pela cidade, reafirmando São Paulo como um polo de efervescência cultural e artística.
Acesse simsaopaulo.com para saber mais e se programar. E acompanhe as atualizações também pelo Instagram oficial: @simsaopaulo
SOBRE O INSTITUTO CULTURAL VALE
O Instituto Cultural Vale acredita que a cultura transforma vidas. É o maior apoiador privado da Cultura no Brasil, patrocinando e fomentando projetos em parcerias que promovem conexões entre pessoas, iniciativas e territórios. Seu compromisso é contribuir com uma cultura cada vez mais acessível e plural, ao mesmo tempo que atua para o fortalecimento da economia criativa. Desde a sua criação, em 2020, o Instituto Cultural Vale já esteve ao lado de mais de 800 projetos em 24 estados e no Distrito Federal, contemplando as cinco regiões do país com investimento de mais de R$ 1 bilhão em recursos próprios da Vale e via Lei Federal de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet. Dentre eles, uma rede de espaços culturais próprios, com visitação gratuita, identidade e vocação únicas: Memorial Minas Gerais Vale (MG), Museu Vale (ES), Centro Cultural Vale Maranhão (MA) e Casa da Cultura de Canaã dos Carajás (PA). Onde tem Cultura, a Vale está. Visite o site do Instituto Cultural Vale: institutoculturalvale.org