Dia do Professor foi criado pela primeira parlamentar negra do Brasil
Confira uma lista de livros de autoras grandes negras que vão te inspirar Um menino no interior do Maranhão comemorou…
Confira uma lista de livros de autoras grandes negras que vão te inspirar
Um menino no interior do Maranhão comemorou o 15 de outubro, assim como uma menina gaúcha. O Dia do Professor foi celebrado em todo o Brasil, mas poucos alunos ou, ainda, professores sabem que esse marco foi criado por uma extraordinária heroína brasileira, responsável por grandes feitos e representatividade da mulher e da mulher negra no país.
Essa foi Antonieta de Barros, eleita em 1934 deputada Estadual em Santa Catarina. A primeira mulher negra a ser parlamentar no Brasil e uma das três mulheres do país a ser eleita em um cargo político. A trajetória de Antonieta é marcada pela luta contra o analfabetismo de adultos carentes. Por isso, aos seus 17 anos, fundou o curso “Antonieta de Barros”, para auxiliar essa população.
Sua crença era de que a educação era a única arma capaz de liberar os desfavorecidos da servidão. Se existissem barreiras, lá estaria Antonieta para rompê-la. Além de professora, ela foi também cronista de jornal. Não havia outra mulher em posição semelhante no Estado. Aos 23 anos, escreveu mais de mil artigos em oito veículos e criou a Revista Vida Ilhoa.
“Precisamos conhecer a nossa própria história para também salientarmos as mulheres importantes de nossa sociedade (que são muitas), para que as demais se vejam representadas, a representatividade incentiva, encoraja, dá empoderamento. Chega de apagamento”, declara Paulo Sergio Gonçalves, o coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Estácio.
E uma das formas de dar visibilidade e valorizar a trajetória dessas mulheres é conhecendo os seus trabalhos. Por isso, Gonçalves, que também é doutorando em Literaturas Africanas, indica sete obras escritas por mulheres negras para aproveitar a data e incluir na lista de leitura.
Quem tem medo do Feminismo Negro? – de Djamila Ribeiro, o livro, além de trazer as memórias da infância de Djamila, reúne alguns artigos publicados no blog Carta Capital entre 204 e 2017. A autora é ícone na luta e representatividade feminina negra na contemporaneidade.
Quarto de Despejo: diário de uma favelada – de Carolina Maria de Jesus, a grande escritora negra brasileira que de seu barraco, na favela do Canindé, em São Paulo, escreve diariamente sobre sua vida na favela. Livro Incrível.
Olhos d’água – de Conceição Evaristo, a escritora e professora universitária escancara as mazelas sociais que absorvem a população negra. O livro se apresenta com 15 contos imperdíveis.
Um defeito de cor – de Ana Maria Gonçalves, conta a história de uma africana idosa e doente que chega ao Brasil em busca de seu filho perdido há muito tempo. Em sua busca, a personagem narra uma extensa e triste história de abusos, estupros e vida escrava. Um livro para se devorar a cada página.
Hibisco Roxo – de Chimamanda Ngozi Adiche, uma das escritoras africanas mais conhecidas na atualidade, nos conta uma história que mistura autobiografia e ficção. O romance faz críticas sutis ao panorama social, político e religioso da Nigéria e tem como pano de fundo a história de Kambili, que mostra a assimilação de seu pai que destrói, gradativamente, sua família.
Sangue Negro – de Noémia de Sousa, a moçambicana apresenta poemas de protesto e luta contra o regime colonial português. Um dos ícones da resistência africana de língua portuguesa, estudou na Casa dos Estudantes do Império e teve papel muito importante na independência de seu país.
Niketche: uma história de poligamia – da moçambicana Paulina Chiziane, o romance trata da poligamia praticada em Moçambique através dos tempos. Numa perspectiva feminista, o livro traz a mensagem da união e da solidariedade entre as mulheres. A personagem principal Rami, declara abertamente ser contra a poligamia, mostrando uma voz de resistência numa sociedade patriarcal.
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