Editorial: A luta contra a corrupção e os desafios da transparência em Três Lagoas
Editorial desta segunda-feira
A recente denúncia do prefeito Cassiano Maia (PSDB) sobre desvios de recursos na gestão passada de Três Lagoas trouxe à tona uma série de questionamentos que vão além da apuração dos fatos. O que chama atenção é o cenário político em que essa denúncia se insere: o ex-prefeito Ângelo Guerreiro, considerado padrinho político de Cassiano, segue em silêncio, enquanto a Câmara Municipal, que teve o próprio Cassiano como presidente nos últimos anos, também parece ter fechado os olhos para as irregularidades que agora vêm à luz.
A pergunta que fica é: por que só agora? Se as falcatruas existiam, por que a Câmara não agiu antes? A resposta pode estar no jogo de interesses que muitas vezes permeia a política local. O fato é que Cassiano, ao apertar o cinto e cortar nomeados da máquina pública, demonstrou disposição para enfrentar práticas que, até então, pareciam intocáveis.
No entanto, a demora em agir levanta dúvidas sobre a eficácia dos mecanismos de fiscalização e controle. A população, que paga impostos e espera um serviço público eficiente, merece respostas claras e ações concretas.
Esse caso ainda vai dar o que falar. Enquanto isso, é fundamental que a justiça apure os fatos com rigor e que a transparência seja a regra, não a exceção. A luta contra a corrupção não pode ser seletiva ou tardia. Ela deve ser constante, firme e acima de qualquer interesse político. Só assim será possível reconstruir a confiança da população e garantir que o dinheiro público seja, de fato, usado para o bem comum.
A verdade precisa vir à tona, e os responsáveis, sejam quem forem, devem ser cobrados.