Editorial: Saúde de Campo Grande clama por soluções urgentes
Editorial desta segunda-feira
Campo Grande enfrenta um colapso silencioso na saúde pública. A falta de especialistas na rede municipal e a demora no encaminhamento de vagas das UPAs para os hospitais são apenas a ponta de um iceberg que afeta milhares de famílias todos os dias. A espera para transferência de pacientes pode durar até cinco dias, um tempo que, para muitos, é a diferença entre a vida e a morte.
Esse cenário evidencia uma falha estrutural que requer respostas imediatas. É urgente que o município amplie o número de leitos hospitalares e busque parcerias com hospitais particulares para suprir a demanda. A construção de um hospital municipal, há muito discutida, precisa deixar o papel e se tornar uma realidade, oferecendo um atendimento mais eficiente e desafogando as unidades de saúde existentes.
Outro ponto crítico é a marcação de consultas e exames. Em pleno 2024, é inadmissível que a população ainda precise enfrentar filas nos postos para conseguir atendimento. Investir em tecnologia para implantar um sistema de agendamento online não é apenas uma modernização, mas uma necessidade. Cidades menores já adotaram essas ferramentas, então por que Campo Grande ainda está atrasada?
Além disso, a ausência de especialistas é um problema que penaliza os mais vulneráveis. Quanto tempo mais a população terá que esperar para conseguir uma consulta com um cardiologista, neurologista ou pediatra? Essa demora não é apenas uma questão de logística, mas de priorização.
A prefeita Adriane Lopes, que já provou ser uma liderança ativa em outras áreas, precisa apresentar um plano concreto para enfrentar essa crise. A saúde da capital não pode continuar sendo tratada como algo secundário. É fundamental que a gestão invista em soluções criativas e eficazes, como a contratação emergencial de médicos especialistas e a reorganização das filas de espera.
A população de Campo Grande merece viver dias melhores. Torcemos para que os ventos de mudança cheguem, trazendo dignidade e esperança para quem depende do sistema público de saúde. O que se espera agora é ação — e ação imediata.