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Justiça

História de amor: com Defensoria Pública, pai e filho conquistam reconhecimento de paternidade

O atendimento inicial ao pai e ao filho, em Porto Murtinho

19 nov 2024 às 14h35 | Redação

Manoel Jorge da Silva (com seu netinho no colo, Héctor Mathias) e seu filho João Pedro são assistidos pela Defensoria

A melhor lição de vida o professor e servidor público Manoel Jorge da Silva, 56, ensinou fora das salas de aula: amar alguém sem ter laço sanguíneo e doar-se integralmente. Isso porque anos atrás adotou uma criança, mesmo com os obstáculos de ser pai solo, e agora, com a maioridade do seu filho, o estudante João Pedro Romão, 19, ambos conseguiram registrar oficialmente essa filiação após pedirem ajuda à Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul.

“Estou muito feliz por conseguir arrumar a certidão de nascimento do meu filho, amparar ele e meu neto legalmente. Meu sonho é vê-los formados e com tudo encaminhado na vida, dentro das possibilidades. Eles dois e minha mãe são a minha vida!”, emociona-se Silva. Diretor da Escola Estadual José Bonifácio e mestrando em Lexicologia, é possível afirmar que o professor já tem um título de mestre, mas em outra área: na paternidade!

O atendimento inicial ao pai e ao filho, em Porto Murtinho/MS, foi realizado por Jamili Ariani Veiga de Mico Mosena, assessora jurídica na Defensoria Pública de Família e Sucessões. “As partes são maiores, capazes e estavam de acordo. Sendo assim, foram orientadas sobre o procedimento bem como sobre a documentação necessária”, relembra a servidora, que os encaminhou ao reconhecimento de paternidade socioafetiva. Sobre a adoção, Silva acredita que é “um dos atos mais nobres que um ser humano pode fazer”.

Nos próximos três meses, João Pedro passará a se chamar João Pedro Romão Jorge e terá o nome do pai na certidão de nascimento e, depois, na carteira de identidade. “Fico muito feliz de ter o sobrenome dele na minha certidão. Foi ele que me criou, desde pequeno. Ele me ajuda até hoje e ajuda meu filho”, comenta o jovem. Pretende, assim que possível, retificar a certidão de nascimento do seu filho, Héctor Mathias Peralta Romão, 3, para que o nome do avô paterno conste no documento da criança e, assim, o garoto passe a se chamar Héctor Mathias Peralta Jorge.

O atendimento da Defensoria Pública Estadual à família ocorreu por meio da Van dos Direitos, em Porto Murtinho, no evento realizado em parceria com a Justiça Federal. Nessa oportunidade, o diretor escolar relata que foi bem atendido. “É um trabalho espetacular! Eventos desta natureza têm que acontecer com mais frequência em nosso município e em outros”, descreve.