Ministério das Comunicações e Correios lançam selo em homenagem aos 50 anos do hip-hop no mundo
O Ministério das Comunicações (MCom) e os Correios lançaram, na manhã desta terça-feira (24/10), o selo institucional de 50 anos…
O Ministério das Comunicações (MCom) e os Correios lançaram, na manhã desta terça-feira (24/10), o selo institucional de 50 anos do surgimento do movimento hip-hop no mundo. O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, a assessora especial da Presidência dos Correios, Vilma Reis, e os representantes da organização Construção Nacional do Hip-Hop, Cláudia Maciel e Rafael Diogo dos Santos – o Rafa Rafuagi -, participaram da cerimônia, realizada em Brasília (DF).
“Esta peça filatélica não é apenas um pedaço de papel. É um símbolo de criatividade que representa uma cultura que é, em sua essência, uma forma de resistência. Um grito contra as diversidades e uma celebração da diferença. É nessa direção que nós vamos continuar, sob a liderança do presidente Lula, que desde o início da sua gestão tem colocado como missão a presença da diversidade, da participação social, a valorização de todas essas culturas, porque o governo é de todos os brasileiros”, declarou o ministro Juscelino Filho na cerimônia.
“Os Correios se orgulham de apoiar a cultura e os movimentos artísticos como ferramentas de transformação da sociedade. Esse é um movimento de potência da nossa juventude, que faz nosso povo entrar pela porta da frente”, destacou a assessora especial dos Correios, Vilma Reis.
Para Claudia Maciel, uma das facilitadoras da Construção Nacional do Hip-Hop, esse é o primeiro ato governamental conquistado pelo movimento de muitos outros que virão. “A sociedade e o Governo Federal só têm a ganhar com o potencial do hip-hop no diálogo com as periferias. A gente não quer somente celebrar esses cinquenta anos, a gente quer trabalhar junto e incidir nessa política. Porque a gente sabe da capacidade das periferias e favelas do país”, ressaltou.
“É uma iniciativa que vai levar inclusão digital dentro dos territórios periféricos. Quando se leva a inclusão, a gente também tá levando a oportunidade de defender a democracia, que ainda é tão atacada. E defender a democracia é um compromisso que a cultura hip hop tem em todo o território nacional”, afirmou o rapper Rafa Rafuagi.
A assessora de Participação Social e Diversidade do MCom, Ludymilla Chagas, reforçou que o movimento Construção Nacional da Cultura Hip-Hop tem dedicado esforços incansáveis na busca pelo reconhecimento da cultura hip-hop como um patrimônio imaterial junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. “O lançamento do selo vai colaborar para fortalecer essa justa reivindicação”, avaliou.
A abertura do evento contou com a apresentação musical da cantora Laddy B, acompanhada de Giovanna Crespo ao violão; e MC Nimsai com os rappers Marciana, Dudu Mano, Jeff e Dinigrito.
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Sobre o selo 50 anos do hip-hop
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O servidor do Ministério das Comunicações, João Wesley Barros, criou a arte a partir dos algarismos 1973, ano que marca o início da cultura hip-hop. Um desenho que passeia entre os elementos iniciais que compõem a cultura (breaking, graffiti, DJ e MC) e a logo da proponente da ideia, a Construção Nacional do Hip-hop.
“Quando eu era criança estudei em uma escola pública no Recanto das Emas (DF) que desenvolvia um projeto com aulas de B-Boy e graffiti. Desde então, a cultura Hip-Hop sempre esteve muito presente na minha vida. E foi essa minha vivência que eu tentei transmitir para o selo. Cada elemento que representa o Hip-Hop ganhou um espaço nesse selo, deixando todo o meu conhecimento implícito na arte”, explicou João Wesley.
O selo pode ser adquirido sob encomenda pelo site dos Correios.
Doação de computadores
O MCom também efetuou a doação de 10 computadores para a Casa de Hip-Hop de Alagoas, como parte do programa Computadores para Inclusão. Essa política pública é realizada por meio dos Centros de Recondicionamento de Computadores (CRCs) – espaços físicos que reparam equipamentos eletroeletrônicos e os condicionam para a realização de cursos e oficinas.
O Programa já soma, desde sua criação, um total de 32,9 mil computadores doados, distribuídos para 717 municípios brasileiros. Quanto aos processos de formação, são 21,4 mil alunos plenamente capacitados para o mercado de trabalho formados nos 135 cursos presenciais oferecidos gratuitamente.
Movimento hip-hop
Em 1973 o movimento hip-hop surgiu no Bronx, bairro periférico de Nova Iorque (EUA), em um contexto de transformação do espaço urbano, e se caracteriza como um movimento social marcado pelo protesto e pela contestação. É uma manifestação cultural que inclui música (rap), pintura (graffiti) e dança (break). O rap, sigla derivada de “rhythm and poetry” (ritmo e poesia), é a música do movimento e constitui o seu elemento de maior destaque. MC é a sigla de “Mestre de Cerimônia”; é ele que canta o rap e, na maioria das vezes, também compõe as letras.
No Brasil, essa cultura despontou na periferia de São Paulo na década de 1980, sendo o grupo Racionais MC’s um dos mais influentes do país. Hoje o movimento hip-hop está presente nas periferias de todo país.
Foto: Kayo Sousa/MCom