Prefeita Adriane deve ter dificuldade na Câmara
Segundo apuração do Jornal Investiga MS, os parlamentares não gostaram do tom utilizado por Adriane e já cogitam uma resposta…
O clima entre a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), e os vereadores que a apoiaram na campanha de reeleição está longe de ser amistoso. Após um mês de mandato, as reuniões convocadas pela prefeita para discutir parcerias na segunda gestão só pioraram a relação já desgastada. Segundo apuração do Jornal Investiga MS, os parlamentares não gostaram do tom utilizado por Adriane e já cogitam uma resposta conjunta à chefe do Executivo.
A insatisfação é tão grande que um dos vereadores chegou a apagar todas as fotos com a prefeita de seu perfil nas redes sociais. Questionado sobre o fato, o parlamentar minimizou a situação, dizendo que nem havia percebido. O gesto, no entanto, é visto como um sinal claro do descontentamento que se espalha entre os aliados de primeira hora.
Desunião na Eleição da Presidência da Câmara
Os sinais de falta de união já eram evidentes durante a eleição da presidência da Câmara Municipal. O grupo de Adriane não conseguiu força suficiente para competir com a chapa liderada por Papy (PSDB) e Carlão (PSB). Em uma reunião para escolher Beto Avelar (PP) como candidato, os vereadores Leinha e Wilson Lands (Avante) deixaram claro que haviam feito acordo com Papy, o que gerou tensão no encontro. Poucos dias depois, Beto Avelar desistiu da candidatura, já que não contava com apoio nem mesmo dentro do grupo mais próximo da prefeita.
Na primeira sessão do ano, durante a eleição do presidente da Câmara, os discursos dos vereadores já demonstravam um afastamento em relação a Adriane. O vereador Leinha, por exemplo, fez questão de cumprimentar Marquinhos Trad (PDT), agora desafeto da prefeita, e destacou que o ex-prefeito lhe deu oportunidades no passado. A fala foi interpretada como uma afronta direta a Adriane.
Após a posse, Adriane realizou algumas reuniões com o novo presidente da Câmara, Papy, mas a situação difícil dentro de sua própria base aliada pode comprometer a governabilidade. Segundo informações apuradas pelo Jornal Investiga MS, os vereadores avaliam que “não vale a pena comprar briga por alguém que não defende quem está junto”.
A falta de apoio interno pode trazer dificuldades para a prefeita, especialmente na escolha dos membros da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), responsável por analisar todos os projetos que tramitam na Casa. Atualmente, Adriane está longe de ter uma base sólida na Câmara. Dos 29 vereadores, 16 apoiaram sua reeleição no segundo turno, mas muitos estão insatisfeitos com sua gestão.
No segundo turno das eleições, Adriane contou com o apoio de 16 vereadores eleitos, enquanto 13 apoiaram sua adversária, Rose Modesto (PSDB). No entanto, a falta de diálogo e a insatisfação dos aliados podem minar sua capacidade de governar.
A prefeita terá de lidar com um Legislativo dividido e desconfiado, o que pode dificultar a aprovação de projetos e a implementação de políticas públicas. Enquanto isso, os vereadores avaliam que a postura de Adriane não condiz com a necessidade de construir pontes e fortalecer alianças.
O desgaste entre a prefeita Adriane Lopes e os vereadores que a apoiaram na campanha de reeleição representa um desafio significativo para sua segunda gestão. A falta de união e o clima de insatisfação podem comprometer a governabilidade e a capacidade de avançar com projetos importantes para Campo Grande.
Enquanto Adriane busca consolidar sua base de apoio, os vereadores sinalizam que a prefeita precisa rever sua postura e fortalecer o diálogo com aqueles que a ajudaram a chegar ao poder. Caso contrário, a tensão política tende a se agravar, impactando diretamente a administração da cidade.
Fonte: Jornal Investiga MS