Rose diz que prefeita pagou sala de aula mais cara do Brasil
A candidata também denunciou aumento de R$ 500 mil para quase R$ 27 milhões de contrato com empresa, acusada de…
A candidata também denunciou aumento de R$ 500 mil para quase R$ 27 milhões de contrato com empresa, acusada de irregularidades
Em debate do site Midiamax, realizado na noite de segunda-feira (21), a candidata a prefeita Rose Modesto (União Brasil) trouxe à tona que a Prefeitura de Campo Grande pagou sala de aula mais cara do Brasil e a prefeita Adriane Lopes (PP) não garantiu ter provisionado o 13º terceiro salário dos servidores desde ano.
Sem licitação, Adriane comprou por R$ 42 milhões 166 salas modulares de consórcio alvo de investigação do Ministério Público Estadual de Coxim por denúncia de licitação de “jogo de cartas marcadas”. Ela prometeu entregar as salas com ar-condicionado no início do ano letivo. Até agora, metade das salas estão em uso, todas sem ar-condicionado.
O cálculo é simples, 166 salas por R$ 42 milhões, ou seja, R$ 253 mil por cada sala de 48 metros quadrados, feita de chapa de aço com espuma, material que, inclusive, já está enferrujando. “Nunca ataquei a pessoa da Adriane, o que a gente precisa debater são os problemas da cidade. Como que você (prefeita) deixa pagar mais de R$ 250 mil para fazer uma sala modular, com esse dinheiro dava para fazer cinco casas populares”, disse Rose, no debate.
Questionada sobre os 13º terceiro salário dos servidores públicos, Adriane Lopes ignorou a pergunta de Rose Modesto, trocou de assunto e não informou se tem provisionado o recurso para cumprir o compromisso com os funcionários da prefeitura.
Contrato suspeito
Ainda durante o debate, Rose pediu à prefeita para esclarecer os motivos de o contrato com a QFrotas Sistema Ltda, acusada de irregularidade no interior do Espírito Santo, aumentar, em questão de dias, de R$ 500 mil para quase R$ 27 milhões contrato com a prefeitura. A empresa começou a fazer a manutenção da frota da guarda e, em pouco tempo, assumiu a manutenção da frota de 1020 veículos da prefeitura.
Rose ainda abordou a inércia da gestão ao deixar perder R$ 1 bilhão em repasse estadual de ICMS e R$ 50 bilhões em investimento de empresas que escolheram o interior em vez da Capital para instalarem empresas.
“Campo Grande vem perdendo competitividade. Temos problema graves nos núcleos industriais, que não tem a mínima estrutura para trabalhar, não tem asfalto, creche, falta acesso ao transporte. Precisamos viabilizar essa estrutura, além de modernizar a gestão, rediscutir os programas de concessão de incentivos e desburocratizar os processos, porque esses entraves desanimam as empresas”, comentou a candidata.
Rose ainda reforçou o compromisso de acabar com a fila da dor de mais de 70 mil pessoas por cirurgias, exames e consultas com especialistas e garantiu que, na sua gestão, terá central de compras exclusiva para monitorar de perto as unidades de saúde e não deixar faltar remédio nos postos.
Em relação ao asfalto, Rose questionou a qualidade do serviço que consome R$ 170 milhões dos cofres públicos. “Boa parte desse asfalto uma chuva de 30 minutos levou”, lamentou. Para fundamentar sua declaração, ela usou como base laudo de engenheiros da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) que colocaram em xeque produtos usados para pavimentar as ruas da Capital.
Sobre sua postura política, Rose apelou pela união e o fim da divisão do Brasil. “Sou do União Brasil, um partido de centro-direita, chega de dividir Adriane, quer dizer que se você for eleita, vai governar só para um lado? Eu sei quem eu sou: uma mulher de fé, cristã, tenho de família, cuido do meu pai e da minha mãe com muito orgulho e tenho capacidade de dialogar com todo mundo sim, com a bancada federal que tem esquerda, direita e centro. Vamos falar do governador Eduardo Riedel, que tem parte do PT no governo dele e isso não faz dele um homem diferente ou errado”, ponderou a candidata.
Por fim, Rose lançou uma reflexão aos eleitores para analisar o que representa cada projeto. “De um lado a continuidade do que não funciona. E deste lado, a força do povo, a força da esperança, o lado da mudança”, disse para reforçar o pedido por uma oportunidade para mostrar sua vontade de transformar Campo Grande numa cidade “grande para todos”.